Temos nos aprofundado nas diferentes gerações e seus comportamentos. É importante considerar que há dois tipos de leitura a respeito desse tema: a leitura geral, que considera comportamentos um pouco mais homogêneos, e a leitura específica, que considera recortes de classe, gênero, raça etc.
Hoje vamos falar da Geração Alpha a partir de uma leitura um pouco mais geral, especialmente por ser uma geração nova, que ainda está "se mostrando", e considerando que comportamentos variam de acordo com os contextos. Acreditamos que em breve as leituras específicas darão bastante caldo para nós.
Geração Alpha: estamos falando das pessoas nascidas a partir de 2010 e crianças que ainda vão nascer até 2025. Prometem ter padrões de consumo peculiares e diferentes dos atuais, principalmente pela proximidade e conexão com a tecnologia desde sempre. É a geração que nasce imersa no universo digital - não à toa, uma pesquisa realizada pela Mobile Time e Opinion Box conta que 44% das crianças brasileiras entre 0 a 12 anos têm seu próprio smartphone. Isso era impensável anos atrás.
Pensando nisso, há alguns comportamentos interessantes dessa geração:
Querem ser independentes e empreendedores
São pessoas que vivem de forma intrínseca com a tecnologia e muitas delas já fazem dinheiro com isso: segundo um relatório da Visa, 43% da Geração Alpha já usou a tecnologia para ganhar dinheiro, criando conteúdo em plataformas digitais e até mesmo desenvolvendo seus próprios produtos tecnológicos.
Além disso, de acordo com o mesmo estudo, 76% dos participantes, cuja idade era de 8 a 14 anos, aspira ser seu próprio chefe e não querem trabalhar para terceiros - o que nos mostra possíveis novos comportamentos em relação ao futuro do trabalho.
O Google tem ficado para escanteio e novas formas de busca ganham força
Muitos de vocês devem ter visto o vídeo que viralizou recentemente, de uma menina da geração Alpha dizendo que não usa o Google para fazer pesquisas - mas outras fontes como o TikTok, Chat GPT, LuzIA etc. Isso reflete uma nova dinâmica de pesquisas e buscas, mais visuais e dinâmicas, que acabam se conectando com essa geração.
IA e Realidade Virtual estão mais presentes que nunca
Uma pesquisa do IET mostrou que essa geração passa mais tempo socializando e jogando online do que no mundo offline - além disso, seus pensamentos e desejos já são muito conectados a esse universo. Nessa pesquisa, quando solicitados a pensar em inovações que poderiam facilitar a vida dos adultos, máquinas e robôs ganharam protagonismo:
"Uma versão robô minha para ir trabalhar e eu poder ficar em casa, relaxar e me divertir"
"Tecnologia de IA que permite ler a mente das pessoas"
"Tecnologia que pode ouvir o que estou pensando e transformar em uma imagem na tela ou 3D"
Os produtos de beleza já fascinam muitas meninas
Muitas meninas dessa geração já passam quase cinco horas por dia assistindo a vídeos no estilo "Get Ready With Me" no Tik Tok e do universo #SkincareRoutine - e já são fascinadas por cremes, corretivos para olheiras, séruns e produtos antienvelhecimento.
Nesse sentido, pensando em comportamentos que já estão se estabelecendo e consolidando, torna-se essencial, por parte das marcas, adaptar suas fórmulas às versões mais naturais, por exemplo - assim como estruturar e adequar sua comunicação.
Pensando em tudo isso, fica claro o desafio de encontrar o equilíbrio entre o virtual e o offline. Por um lado, ir contra as tendências de comportamento dessa geração não nos parece um caminho, digamos, inteligente - mas, por outro, entendemos que há espaço para refletirmos a respeito de como gerar vínculos e desenvolver as habilidades emocionais dessas crianças através de caminhos que não sejam apenas digitais.
Família, escolas e marcas podem - e devem - pensar em como incentivar e estimular essas crianças através de experiências e aprendizados práticos, com ferramentas interativas, que possam se conectar com elas e levar novas perspectivas e pontos de vista, e ao mesmo tempo explorar as qualidades dessa geração, que é extremamente habilidosa em manipular ferramentas digitais e aberta a novas culturas, por exemplo.
Entendemos que ter um olhar integrado a respeito de cada geração permite estabelecer pilares de identificação e conexão consistentes…
Fontes:
Generation Alpha set to be most entrepreneurial yet, as new research reveals expectations for a world of ‘ultimate convenience’; Visa
Crianças brasileiras passam quase 4 horas por dia com smartphone; Mobile Time
A Geração Alpha: Nativos Digitais Moldando o Futuro
Crédito da foto: Bruce Mars
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